Em um ano atípico eleitoral, o cenário político
maranhense começa a ganhar forma, mesmo diante de tanto mistério acerca
da possível saída da governadora Roseana Sarney (PMDB) para concorrer a
uma vaga no Senado Federal. Oficialmente, a chefe do executivo estadual
ainda não declarou se deixa mesmo o governo. Mas nos bastidores, os
aliados dão quase como certa a sua saída para o mês de abril e não mais
para antes do carnaval, como estava sendo especualado.
Porém,
o que não é consenso e vem desestabilizando as certezas da base
governista na Assembleia Legislativa do Maranhão é a questão quanto ao
prazo de desincompatibilização. As consequências diante da escolha de
Roseana vão influenciar, por exemplo, as condições de reeleição do
presidente da Assembleia, Arnaldo Melo (PMDB).
Entre
os deputados da base governista, as opiniões versam para a permanência
de Roseana Sarney até, pelo menos, o final do mês de março, com o
intuito de garantir a execução das obras que ainda estão pendentes de
conclusão, como uma forma de aproveitar ao máximo os últimos dias
enquanto governadora. Essa, por exemplo, é a opinião do vice-líder do
governo, deputado estadual Magno Bacelar (PV), que defende que a
governadora não se pronunciou ainda por estar tratando de questões
administrativas do estado. “Nesse momento a governadora vem cuidando
dessa agenda positiva de seu governo, de obras vitais. Esse mês de março
é um mês importantíssimo para ela. É um mês de decisão, decisão
política que, claro, ela está analisando da melhor forma possível. No
momento ela está preocupada com essas conclusões de obras”, ressaltou
Magno Bacelar.
Questionado a respeito se o
anúncio se daria ainda no mês de março, Magno Bacelar diz não acreditar
que a decisão seja verbalizada em meados do começo do começo do próximo
mês. “Com certeza o anúncio não será feito no começo de março, nós
tivemos reunidos com ela, recentemente há uns 10 dias, e esse assunto
não foi tocado.
Este é um assunto que compete a nossa governadora sobre o momento
oportuno de agir. É claro que ela tem esse espaço durante todo o mês de
março, um mês que ainda tem muita coisa para acontecer”, afirmou
Bacelar.
O deputado arriscou um palpite
sobre a data a qual todos saberão da decisão de Roseana Sarney, que
deverá acontecer perto do prazo final de desincompatibilização. “Essa
decisão política eu imagino que ficará lá pelo final de março, que é
exatamente o período de desincompatibilização para qualquer
pré-candidato que deseja concorrer a um cargo”, finalizou Magno.
Desdobramentos
Três
situações são previsíveis para a eleição de 2014. Se a governadora
decidir sair, dá-se a eleição indireta, com o presidente da Assembleia
assumindo interinamente por 30 dias, prazo o qual é convocado o pleito
indireto, diante de duas possibilidades: uma, de ele permanecer no cargo
e assim se tornar inelegível para concorrer à vaga de deputado - porém
perfeitamente alistável para se candidatar a governador - e a segunda
possibilidade de assumir somente pelos 30 dias, com a escolha de outro
representante para terminar o mandato chamado “tampão”. Na segunda
hipótese, dependendo da data que a governadora abrir vacância do cargo,
Arnaldo Melo ficará sem mandato eletivo de deputado para a próxima
legislatura.
Mas ao que tudo indica, a
governadora deverá permanecer até o último prazo no cargo, dessa forma
tornando Arnaldo Melo inelegível para concorrer novamente a deputado
estadual, porém com a possibilidade de ele permanecer até os últimos
dias do ano como governador do estado.
Lembrando
que diante das indefinições, muita coisa ainda pode acontecer,
inclusive a permanência de Roseana Sarney até o final do mandato,
encerrando a sua carreira política, pelo menos nos próximos anos,
conforme também já anunciado por ela mesma em outras oportunidades.
Jornal imparcial